terça-feira, 25 de novembro de 2014

Rio-2016: o maior desafio dos 450 anos da cidade



Diversos aspectos comprovam que os Jogos Olímpicos serão o maior 

desafio da história do Rio de Janeiro. 

Número de turistas será recorde na cidade





A cidade do Rio de Janeiro completará 450 anos de história no ano de 2015. Curiosamente, é neste momento que o município se prepara para o que promete ser o maior evento desta longa trajetória: os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016, que vão ocorrer entre os dias 5 de agosto e 18 de setembro de 2016. Diversos motivos comprovam que a 29ª Olimpíada de Verão da história deve fornecer à cidade o seu maior desafio.

Ser sede da final da Copa do Mundo de futebol este ano foi apenas um aperitivo para o que virá a ser receber uma Olimpíada, tendo em vista que os Jogos reúnem, em apenas uma cidade, delegações de cerca de 206 países, enquanto a Copa do Mundo trouxe equipes de 32 países apenas, e distribuídas em todo o país. Ainda vale ressaltar que uma delegação olímpica reúne mais pessoas se comparada a uma de futebol. Na última edição olímpica, em Londres (ING), em 2012, a capital britânica comportou 10.500 atletas de 204 países, sendo que no Rio este número deve ser um pouco maior.

A título de comparação, a Copa do Mundo de 2014 trouxe ao Brasil 736 atletas para todo o Brasil. Ou seja, o Rio de Janeiro vai receber cerca de 15 vezes mais atletas do que o Brasil todo recebeu na Copa do Mundo este ano. Isso sem contar os membros dos comitês olímpicos, como comissão técnica, que também vão se instalar na capital fluminense.


Além do maior número de competidores em relação à Copa, os Jogos também receberão mais turistas. A previsão da secretaria estadual de turismo é que, somente durante o período da Olimpíada, o Rio receba algo em torno de 600 mil turistas estrangeiros. Na Copa, todo o país recebeu um milhão e cinquenta mil turistas estrangeiros, de acordo com o Ministério do Turismo. Portanto, em 2016, apenas a cidade carioca deve receber mais da metade do que todo o Brasil recebeu no Mundial de futebol.

E como acontece em qualquer grande evento, a segurança é uma preocupação à parte para a Olimpíada. Órgãos de segurança e membros do Comitê Organizador dos Jogos de 2016 já vêm mantendo contatos desde 2013 para tratar da organização e segurança do evento. O secretário de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, tem declarado que o exercício de integração entre os três níveis de governo (federal, estadual e municipal) será um grande legado dos Jogos para a cidade em termos de segurança pública.

A organização para 2016 deve se basear no trabalho desenvolvido pelo Ministério da Defesa e pelas Forças Armadas na Copa do Mundo. Cerca de 26 mil homens atuaram na segurança da final da Copa do Mundo em julho deste ano, no Maracanã.

Em Londres-2012, a segurança foi responsável pelo maior gasto do governo: 553 milhões de libras (1,7 bilhões de reais), configurando a maior mobilização de militares e forças de segurança do Reino Unido desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Algo em torno de 48 mil policiais e 13,5 mil soldados foram mobilizados para a segurança na capital britânica. No Brasil, os gastos no setor e a mobilização devem ser semelhantes ou até maiores.

Em abril deste ano, o Comitê Organizador informou que os gastos totais para a realização dos Jogos no Rio serão de pelo menos R$ 36,7 bilhões. Este montante inclui a lista de obras de metrô, de linhas de ônibus, meio ambiente e melhorias na infraestrutura do Rio. Londres gastou 8,92 bilhões de libras (cerca de R$ 34 bilhões).


Objetivo é que o Rio seja pioneiro

O Rio de Janeiro se movimenta para se tornar a primeira cidade da história a receber os Jogos de modo a abrigar todas as modalidades no mesmo município, como prometeu a campanha da prefeitura para vencer a concorrência formada por Chicago (EUA) e Tóquio (JAP) e poder sediar os Jogos. Em Londres, por exemplo, a disputa das categorias de vela ocorreram na cidade de Weymouth e na Ilha de Portland, afastados da sede olímpica.

Nesta modalidade, a organização dos Jogos de 2016 busca conseguir despoluir ao máximo a Baía de Guanabara, onde devem ser realizadas as regatas. Esta limpeza, inclusive, é vista como um dos principais legados para a cidade, apesar de que a “faxina” não deve ser concluída até 2016. Em agosto, foi realizado o primeiro evento-teste da categoria na Baía, onde foram detectados algumas falhas no local de provas, como lixo flutuante na água.





Relembre outros grandes eventos no Rio e compare com a Olimpíada

Como mostrado acima, nem sequer a Copa do Mundo de futebol, que teve jogos importantes e a final realizados no Rio, se compara com as Olimpíadas. Outros grandes eventos, como as edições do Rock in Rio, também não chegam aos pés. Em 2011, a série de shows do empresário Roberto Medina fez com que a cidade recebesse 350 mil turistas, sendo 25% estrangeiros. Em 1985, o mesmo evento teria permitido à cidade receber ainda mais visitantes, mas nada que se compare ao número que virá daqui a menos de dois anos.

Em 2013, outro evento de porte mundial foi realizado na Cidade Maravilhosa: a Jornada Mundial da Juventude. Dados do Ministério do Turismo revelam que dois milhões de turistas estiveram no Rio durante a JMJ para ver o Papa Francisco, algo próximo ao que os Jogos Olímpicos devem receber. Para este evento, porém, o Rio não precisou de uma preparação robusta como é indispensável para os Jogos, tendo em vista que grande parte desses visitantes eram peregrinos católicos que se instalaram em casas de parentes ou religiosos que abrigaram este tipo de visitantes.

A comprovação de que o desafio para receber os Jogos de 2016 não será pequeno é dada pela rede de hotelaria. Hotéis que ainda estão sendo construídos já têm reservas lotadas para o período do evento e a expectativa é de que a ocupação de todos os hotéis chegará a 100% durante o evento, algo que não ocorreu nem sequer durante a JMJ.

Que venham os Jogos Olímpicos. E que o Rio de Janeiro coroe os seus 450 anos de uma brilhante história com um evento organizado e histórico para o número recorde de visitantes que se instalarão na Cidade Maravilhosa.

Por João Victor Pires


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